quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Divulgação - Blog Sonhos em Tinta

Apresento hoje o blog parceiro Sonhos em Tinta.



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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Promoção relâmpago Clube de Autores

O Clube de Autores está com mais uma promoção relâmpago!



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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Meus oito anos - Casimiro de Abreu

Meus oito anos

Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
– Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias de minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez de mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberta ao peito,
– Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo,
E despertava a cantar!

Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
– Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Casimiro de Abreu

Este é o livro original, “As Primaveras”, publicado em 1859.

https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=bJ5mXMAGxS0

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Blog Parceiro - Madeimoselle Loves Books

Apresento hoje o blog parceiro Mademoiselle Love Books.

 
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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Se eu morresse amanhã - Álvares de Azevedo

Se Eu Morresse Amanhã! 

Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que dove n'alva
Acorda a natureza mais loucã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

Álvares de Azevedo


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Canção do exílio - Gonçalves Dias

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Gonçalves Dias


Curta o verão lendo - Promoção Clube de Autores

Gosta de levar um bom livro para a praia?

Não gosta de praia, prefere ficar em casa em um quarto geladinho lendo um livro interessante?

O Clube de Autores quer agradar a todos nesse verão,  e lançou mais uma super promoção! Entre os dias 12 e 18 de janeiro, o site está com até 25% de desconto.

 
 
Que tal aproveitar para adquirir o livro Dores e Amores? Apenas R$ 23,21 impresso ou R$ 11,87 o ebook: https://clubedeautores.com.br/books/search?utf8=%E2%9C%93&where=books&what=dores+e+amores&sort=&topic_id=

domingo, 11 de janeiro de 2015

Lembrança de morrer - Álvares de Azevedo

Como todos sabem, amo poemas e poesias!
Resolvi então postar aqui alguns poemas e poesias de escritores brasileiros que fizeram história.
Hoje é dia de Álvares de Azevedo, com Lembrança de morrer.

Lembrança de Morrer

Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro,
... Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh’alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade... é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade... é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!

De meu pai... de meus únicos amigos,
Pouco - bem poucos... e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.

Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!

Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.

Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.

Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!

Mas quando preludia ave d’aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...
Deixai a lua pratear-me a lousa!

Álvares de Azevedo


sábado, 10 de janeiro de 2015

Pensamento do dia

"Não tenha medo de viver, de correr atrás dos sonhos. Tenha medo de ficar parado."

Anita Garibaldi

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Blog Parceiro - Eu + Livros

Apresento hoje o blog parceiro Eu + Livros.



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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Sedução inesgotável - Beth Valentim

O texto de hoje é da Beth Valentim e fala de um assunto que nos agrada muito: o amor e suas maravilhosas sensações.

Sedução inesgotável

18/07/2008

"Há amores que permanecem, mesmo com o impiedoso passar do tempo.

Já dizia o poeta, "que seja eterno enquanto dure". E o que dizer quando os anos passam e é só lembrar aquele olhar marcado por grossas sobrancelhas, a boca úmida, mãos másculas e delicadas, o cheiro de tirar o fôlego? E muito, muito mais, que faz com que as histórias venham em colorido marcar o seu dia? Aquele corpo que provoca o brotar do suor em todos os poros, sem exceção. Que tira o sono e faz permanecer imóvel para não mexer sequer em uma lembrança? Pois é… Falo de uma sedução inesgotável, da paixão que não se explica, da saudade que não passa, daquelas fortes emoções que não escondem a vontade de estar junto.
‘De seus olhos escorriam lágrimas, mas não ficava arrasada não. Falava com alegria, uma coisa viva que ficou nela, marca irresistível, que jamais será esquecida
Beijar, abraçar, agarrar, morrer de rir, falar bobagens, ficar boboca mesmo, como uma criança quando vê um doce de chocolate. Uma sensação de diversão e tristeza, medo, satisfação e prazer. Todos os sentimentos se embolam, ficam tímidos e libertos. Como fazer e o que dizer de uma "coisa" tão forte, que invade a vida e não sai de jeito algum?
Dizem que, com o tempo, tudo esfria. Que o cotidiano faz com que as pessoas não mais tenham essa atração um pelo outro. Que o vazio vai ocupando o espaço, que os olhares não são mais luminosos, nem os toques são macios e quentes. A relação é apenas uma convivência, nada mais. No entanto, tem gente que vive dessa maneira. Parece mentira, mas não é.
O calor é tanto quando se encontram que parece o desvendar do "primeiro dia" – uma enorme loucura que habita seus corações e se descontrola.
Conheci uma menina que contou uma história triste para mim, ao mesmo tempo tão bonita que fez doer minha alma. Perdeu seu grande amor, ele se foi… Tinham se separado há dois anos e disse que sentia seus lábios ainda nos dela. Eram "geladinhos", falava tocando os seus com carinho. Fiquei observando sua descrição, até porque era de cortar mesmo o coração, mas também lindo de ver. De seus olhos escorriam lágrimas, mas não ficava arrasada não. Falava com alegria, uma coisa viva que ficou nela, marca irresistível, que jamais será esquecida.
Também outra que narrou sobre um amor impossível – ele tinha uma mulher com tantos problemas… Havia se separado quando se conheceram, viveram uma louca paixão. Se viam todos os dias, se amavam como se fosse, sempre, a primeira vez. E agora estavam separados pela ironia da vida. E quando se reencontraram, ficaram extasiados pela presença um do outro. Choraram, se abraçaram, riam e perdiam o controle. E isso se deu um ano depois do término. Essa garota ainda sente quando ele vai telefonar, seu coração bate forte e… pasmem! Ele liga no mesmo momento. Uma coisa surreal, forte demais! Já vi quando acontece, estávamos juntas. Um sentimento estonteante.
Sedução inesgotável… emoção vibrante que ninguém segura. Quem consegue separar duas pessoas que vivem esse amor? Nem a morte, pelo jeito. Fica a marca na pele, nas cavidades profundas da história da vida. Tem cheiro de rosas vermelhas – as da paixão. Nas ruas, procura-se o "outro", a vontade de ver, de encontrar.
Quando a lembrança é arrasadora, tudo cai no chão, esquece os itens a serem cumpridos, o descompasso do ritmo cardíaco é forte, nada se estabiliza. Quando dá, telefonar é tudo:
- Oi tudo bem?
Aquela voz linda, aquele jeito de tirar o fôlego ainda faz tremer a carne. É quase um orgasmo, profundo, daqueles que se guarda na memória afetiva. De lá não sai, não.
Pois é, o poeta disse o que disse, com certeza tem razão. O que não previu, talvez, foi esse amor, algo que não termina jamais, que atravessa montes e vales, faz flutuar e sonhar que um dia, mesmo que não seja por aqui, vai permanecer para sempre…
Dicas:
- Se vive um sentimento assim, que não seja mais possível de se realizar por algum motivo, não deixe de mostrá-lo – chore, sonhe, vibre, até telefone e escute a voz. Se não for mais possível, escreva… Monte um diário contando sua linda história. Não perca, pode ajudar muita gente. Lembra do filme "Pontes de Madson?" Por ter sido registrado o que se passou, deixou marcas profundas e ajudou muita gente. Se não assistiu ainda, pegue nesse fim de semana.
- Não veja como um episódio triste em sua vida. Ao contrário, sinta-se presenteada… Poucas pessoas têm esse privilégio.
- Se ainda está com esse amor batendo no coração, curta! Ele vai deixar lindas marcas em sua estrada de vida, mas não tenha medo, siga em frente e divirta-se! Fale dele! Não esconda, jamais, essa história de alguém."

 Beth Valentim

domingo, 4 de janeiro de 2015

O tempo está passando mais rápido?

Li um texto muito interessante que fala da correria do dia-a-dia, e sobre a sensação de que o tempo está passando mais rápido, dentre outros assuntos. Vale a pena ler.


"Entenda por que constantemente temos esta sensação e aprenda a valorizar o presente, o dia de hoje, o momento que você vive... Porque, afinal de contas, o agora é a única coisa que possuímos de verdade.

 Quem nunca ouviu ou mesmo disse que o tempo estava voando? Tal sensação está cada vez mais comum e costuma incomodar muita gente, que, se pudesse, até acrescentaria algumas horinhas no fim do dia. A expressão "tempo é dinheiro" define a atual correria cotidiana e a prioridade da maioria das pessoas parece ser uma só: money. Segundo a psicoterapeuta e monja Zen Budista, que trabalha e orienta a prática em São Leopoldo (RS), no Vale do Rio dos Sinos, Vânia Kokai, a sociedade institui que se você estudar e trabalhar muito, se tiver um corpo sarado e se estiver por dentro de todas as tendências, vai ter sucesso e ser muitíssimo feliz. "Porém, a felicidade é bem mais complexa", alega Kokai.
Para o psiquiatra e supervisor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo (SP), Geraldo Massaro, a sensação de tempo encolhido se dá, principalmente, pelo fato de a sociedade estar promovendo excessivamente o consumo, e não apenas de produtos, mas de conceitos, de prazeres e de fascinações. "As pessoas sentem-se na obrigação de ter determinadas coisas e ser de determinado jeito. É uma forma delas se sentirem parte do todo", comenta o médico. Massaro observa com frequência, no consultório, dois tipos de pacientes: os que querem conquistar coisas, mas não conseguem; e os que já conquistaram e se dão conta de que não era aquilo o que precisavam para preencher o vazio que sentiam. 
Ambos os perfis abrem mão de viver o presente em sua totalidade, ocupando-se excessivamente com projetos futuros para obter o que julgam valoroso para suas vidas. Segundo o monge Kelsang Geden, do Centro Budista de Campinas (SP), a mente humana funciona focada em projeções, expectativas e desejos. Por isso o presente, muitas vezes, fica completamente esquecido. "O estresse ocorre porque as pessoas projetam muitas coisas, e na maioria das vezes nem tudo dá certo. Então, vem a decepção, que é logo suprida por outro desejo e assim por diante", reforça o monge. Este ciclo não tem nada de virtuoso - é vicioso e é a causa dos nossos problemas, gerando a sensação de que o tempo está escorrendo entre os dedos. "Planeja é preciso, mas a graça da vida está no elemento surpresa", completa a monja Kokai. De acordo com a religiosa, as pessoas devem aprender a lidar com as diversas situações, as planejadas e as que não estavam no script.

Faz parte da vida

"A importância de se viver o presente está relacionado à expansão da consciência. Precisamos dar a máxima atenção às experiências que estão acontecendo neste exato momento para que possamos absorver de forma profunda o que a situação está querendo nos mostrar", afirma o filósofo da Associação Cultural Nova Acrópole de Porto Alegre (RS), Samuel Plentz. Segundo o pensador, é comum não estarmos atentos ao presente, principalmente se ele nos oferece uma situação de dor ou que não nos agrade, pois fomos condicionados a fugir do sofrimento e buscar o prazer a todo custo. E justamente por isso acabamos não internalizando nem refletindo profundamente sobre algumas vivências do agora. O problema é que esta atitude favorece o não aprendizado, ou seja, voltamos a repetir os erros várias vezes, e perdendo o nosso tão precioso tempo. Segundo a psicóloga clínica do Hospital Moinhos de vento de Porto Alegre (RS), Luciane Slomka, a busca por uma satisfação imediata em nossa sociedade parece um dever. "Como se ficar triste não fizesse parte da vida", lembra ela.
De acordo com a psicóloga, o acúmulo de tarefas e afazeres é real, mas os dias seguem com 24 horas e o ano com 365 dias - fora os bissextos. O que mudou foi a nossa percepção sobre o tempo e, por consequência, a maneira como vivemos o presente. "Estamos em uma era multimídia que nos obriga a comparecer em diversos lugares e cumprir vários afazeres e responsabilidades ao mesmo tempo. É isso que acaba com a nossa noção do tempo e nos faz sentir sempre em dívida com as tarefas e com quem nos relacionamos", explica.
Para a especialista, as pessoas se cobram pela falta de tempo e sentem-se culpadas por não fazerem tudo o que gostariam. Com uma sociedade cada vez mais competitiva, a possibilidade de falha é quase inaceitável e há um nocivo medo generalizado de perder status e os bens materiais conquistados. "Para ter um maior aproveitamento do tempo, muitos vêm buscando remédios que aumentam a energia, o QI e a resistência, quando na maioria das vezes a solução são alguns momentos de relaxamento perto de quem amamos", indica Luciane.

Perdidos no futuro

Entretanto, na visão do psiquiatra paulista Massaro, as pessoas não se sentem apenas culpadas, mas sim perdidas: reconhecem a situação em que estão "presas" - vivem correndo atrás de um amanhã com determinadas conquistas materiais em detrimento do presente, do agora - e, por não saber como se livrarem deste mal-estar, buscam ajuda profissional, E, tal como as joias, os carros e as viagens que adquirem - e fornecem uma satisfação passageira -, os relacionamentos também estão cada vez mais curtos e superficiais. Parece que as pessoas nunca estão satisfeitas com o que possuem no exato presente, e deixam de aproveitar o que têm de verdade: este minuto, este instante, os entes queridos, a saúde, a beleza da vida.
O monge Kelsang acredita que a aceitação e a paciência são as soluções para acabar de vez com a ansiedade e até mesmo com a violência das grandes cidades. "Aceitar não significa ser passivo. As pessoas precisam ter planos, mas caso algo dê errado no meio do caminho é necessário aceitar. Nem tudo na vida dá certo. Cada coisa tem sua hora, o que falta no mundo é um pouco mais de calma", reflete sabiamente.
Muitas vezes corremos tanto que nem lembramos mais atrás do que estamos... É imperativo parar e refletir para onde estamos indo, e se este é o caminho que desejamos. Kelsang ainda dá a receita que aplica cotidianamente: "Para três vezes ao dia durante alguns minutinhos, acalme-se, feche os olhos e preste atenção na sua respiração, e verá a diferença que isso vai fazer no seu dia e no de quem o certa".

Revista Chopper


sábado, 3 de janeiro de 2015

Autopsicografia - Fernando Pessoa

Hoje deixo aqui a poesia Autopsicografia de Fernando Pessoa, que é minha grande inspiração. Citei essa poesia em meu livro Dores e Amores, pois acho que fala brilhantemente sobre o que é ser poeta.

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


Fernando Pessoa


 

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Poética, de Cassiano Ricardo

POÉTICA

I

Que é a Poesia?

           uma ilha
           cercada
      de palavras
           por todos
           os lados.

II

Que é o Poeta?

          um homem
que trabalha o poema
com o suor do seu rosto.
         Um homem
       que tem fome
como qualquer outro
                   homem.


(De Jeremias Sem-Chorar. São Paulo: José Olympio, 1964)
Metapoema - Metapoesia.