“Que linda flor! – Dizeis – Porém,
Reparai bem:
Vede que a sábia natureza
Não lhe deu só beleza,
Mas fê-la útil também
Beleza que é só beleza
Embora que nada se iguale,
É coisa fútil...
Pois, com franqueza,
Ser belo de nada vale,
Se não se é útil
Leis da vida, leis do amor!
Tudo produz, e o produto
Novos produtos adiante,
Constante, continuamente!
A flor se transforma em fruto,
O fruto faz-se semente,
Volta a semente a ser planta,
Torna a planta a abrir-se em flor!
Se tudo é útil no mundo,
E produtivo, fecundo,
Nós, por nosso próprio bem,
Trabalhemos, estudemos,
Sejamos úteis também!”
Afonso Lopes de Almeida
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