“Perdoai-me, Senhor,
Ter desperdiçado tantas horas de minha vida
Eu fútil tédio,
Quando havia sol nos prados
E brisa no oceano...
Perdoai-me, Senhor,
Cada hora não vivida,
Cada minuto consumido em marasmo,
Cada segundo sem usufruir
As bênçãos da vida...
Perdoai-me o que desperdicei
Em ódio, em inveja, em vício
Quando fizestes o homem para amar
E fluir as bem-aventuranças do paraíso...
Perdoai-me
Se voltei meus olhos para a lama,
Quando podia contemplar os astros...
Se me detive em pedras e cardos,
Quando havia flores e crianças...
Perdoai-me, Senhor,
Por não ter amado bastante vossas criaturas,
Nem compreendido vossas palavras,
Nem ouvido a música de vossos gestos
Ai! Se eu pudesse recomeçar
E viver novamente cada momento perdido!”
Renato Castelo Branco
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