Li um texto muito interessante que fala da correria do dia-a-dia, e sobre a sensação de que o tempo está passando mais rápido, dentre outros assuntos. Vale a pena ler.
"Entenda por que constantemente temos esta sensação e aprenda a valorizar o presente, o dia de hoje, o momento que você vive... Porque, afinal de contas, o agora é a única coisa que possuímos de verdade.
Quem nunca ouviu ou mesmo disse que o tempo estava voando? Tal sensação está cada vez mais comum e costuma incomodar muita gente, que, se pudesse, até acrescentaria algumas horinhas no fim do dia. A expressão "tempo é dinheiro" define a atual correria cotidiana e a prioridade da maioria das pessoas parece ser uma só: money. Segundo a psicoterapeuta e monja Zen Budista, que trabalha e orienta a prática em São Leopoldo (RS), no Vale do Rio dos Sinos, Vânia Kokai, a sociedade institui que se você estudar e trabalhar muito, se tiver um corpo sarado e se estiver por dentro de todas as tendências, vai ter sucesso e ser muitíssimo feliz. "Porém, a felicidade é bem mais complexa", alega Kokai.
Para o psiquiatra e supervisor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo (SP), Geraldo Massaro, a sensação de tempo encolhido se dá, principalmente, pelo fato de a sociedade estar promovendo excessivamente o consumo, e não apenas de produtos, mas de conceitos, de prazeres e de fascinações. "As pessoas sentem-se na obrigação de ter determinadas coisas e ser de determinado jeito. É uma forma delas se sentirem parte do todo", comenta o médico. Massaro observa com frequência, no consultório, dois tipos de pacientes: os que querem conquistar coisas, mas não conseguem; e os que já conquistaram e se dão conta de que não era aquilo o que precisavam para preencher o vazio que sentiam.
Ambos os perfis abrem mão de viver o presente em sua totalidade, ocupando-se excessivamente com projetos futuros para obter o que julgam valoroso para suas vidas. Segundo o monge Kelsang Geden, do Centro Budista de Campinas (SP), a mente humana funciona focada em projeções, expectativas e desejos. Por isso o presente, muitas vezes, fica completamente esquecido. "O estresse ocorre porque as pessoas projetam muitas coisas, e na maioria das vezes nem tudo dá certo. Então, vem a decepção, que é logo suprida por outro desejo e assim por diante", reforça o monge. Este ciclo não tem nada de virtuoso - é vicioso e é a causa dos nossos problemas, gerando a sensação de que o tempo está escorrendo entre os dedos. "Planeja é preciso, mas a graça da vida está no elemento surpresa", completa a monja Kokai. De acordo com a religiosa, as pessoas devem aprender a lidar com as diversas situações, as planejadas e as que não estavam no script.
Faz parte da vida
"A importância de se viver o presente está relacionado à expansão da consciência. Precisamos dar a máxima atenção às experiências que estão acontecendo neste exato momento para que possamos absorver de forma profunda o que a situação está querendo nos mostrar", afirma o filósofo da Associação Cultural Nova Acrópole de Porto Alegre (RS), Samuel Plentz. Segundo o pensador, é comum não estarmos atentos ao presente, principalmente se ele nos oferece uma situação de dor ou que não nos agrade, pois fomos condicionados a fugir do sofrimento e buscar o prazer a todo custo. E justamente por isso acabamos não internalizando nem refletindo profundamente sobre algumas vivências do agora. O problema é que esta atitude favorece o não aprendizado, ou seja, voltamos a repetir os erros várias vezes, e perdendo o nosso tão precioso tempo. Segundo a psicóloga clínica do Hospital Moinhos de vento de Porto Alegre (RS), Luciane Slomka, a busca por uma satisfação imediata em nossa sociedade parece um dever. "Como se ficar triste não fizesse parte da vida", lembra ela.
De acordo com a psicóloga, o acúmulo de tarefas e afazeres é real, mas os dias seguem com 24 horas e o ano com 365 dias - fora os bissextos. O que mudou foi a nossa percepção sobre o tempo e, por consequência, a maneira como vivemos o presente. "Estamos em uma era multimídia que nos obriga a comparecer em diversos lugares e cumprir vários afazeres e responsabilidades ao mesmo tempo. É isso que acaba com a nossa noção do tempo e nos faz sentir sempre em dívida com as tarefas e com quem nos relacionamos", explica.
Para a especialista, as pessoas se cobram pela falta de tempo e sentem-se culpadas por não fazerem tudo o que gostariam. Com uma sociedade cada vez mais competitiva, a possibilidade de falha é quase inaceitável e há um nocivo medo generalizado de perder status e os bens materiais conquistados. "Para ter um maior aproveitamento do tempo, muitos vêm buscando remédios que aumentam a energia, o QI e a resistência, quando na maioria das vezes a solução são alguns momentos de relaxamento perto de quem amamos", indica Luciane.
Perdidos no futuro
Entretanto, na visão do psiquiatra paulista Massaro, as pessoas não se sentem apenas culpadas, mas sim perdidas: reconhecem a situação em que estão "presas" - vivem correndo atrás de um amanhã com determinadas conquistas materiais em detrimento do presente, do agora - e, por não saber como se livrarem deste mal-estar, buscam ajuda profissional, E, tal como as joias, os carros e as viagens que adquirem - e fornecem uma satisfação passageira -, os relacionamentos também estão cada vez mais curtos e superficiais. Parece que as pessoas nunca estão satisfeitas com o que possuem no exato presente, e deixam de aproveitar o que têm de verdade: este minuto, este instante, os entes queridos, a saúde, a beleza da vida.
O monge Kelsang acredita que a aceitação e a paciência são as soluções para acabar de vez com a ansiedade e até mesmo com a violência das grandes cidades. "Aceitar não significa ser passivo. As pessoas precisam ter planos, mas caso algo dê errado no meio do caminho é necessário aceitar. Nem tudo na vida dá certo. Cada coisa tem sua hora, o que falta no mundo é um pouco mais de calma", reflete sabiamente.
Muitas vezes corremos tanto que nem lembramos mais atrás do que estamos... É imperativo parar e refletir para onde estamos indo, e se este é o caminho que desejamos. Kelsang ainda dá a receita que aplica cotidianamente: "Para três vezes ao dia durante alguns minutinhos, acalme-se, feche os olhos e preste atenção na sua respiração, e verá a diferença que isso vai fazer no seu dia e no de quem o certa".
Revista Chopper
Simplesmente adorei o texto... É exatamente a sensação que eu sinto. Cada ano que se passa, parece que temos menos tempo, e cada vez mais precisamos dele! Mas o que realmente falta, como foi mencionado, é a calma... Prestar atenção nos detalhes e dar mais valor para aquilo que temos. Queremos dar conta de tudo, mas isso é quase impossível sem uma boa organização do tempo que temos.
ResponderExcluirEsse texto provoca uma reflexão sobre um problema que muitos de nós sentimos atualmente... Amei!
XOXO
Umnovo-roteiro.blogspot.com
Todos nós estamos passando por isso.
ExcluirEstamos assumindo responsabilidades demais, e muitas coisas que queremos fazer as vezes nem serão realmente úteis, e nem todas são fundamentais. Acabamos acumulando coisas demais e não damos conta. Se não mudarmos nosso modo de vida, muitos de nós ficarão doentes.
Beijos.